segunda-feira, 24 de junho de 2013

Aruba: onde ficar


Aruba: onde ficar

Palm Beach, Aruba
[Marriott Stellaris]
Os hotéis (e time-sharings) ocupam inteiramente os dois trechos mais nobres e Aruba, Eagle Beach e Palm Beach (assim mesmo, em inglês). É possível também se hospedar no centrinho da capital, Oranjestad. Veja as vantagens e desvantagens de cada localização e descubra o seu hotel.

View Aruba: onde ficar in a larger map
PALM BEACH
Palm Beach
[De Palm Pier]
Fica a 7 km do centrinho, na direção norte. Foi a segunda zona hoteleira a ser desenvolvida, com hotéis verticais. Tanto que aparece, em algumas placas, com a denominação ”High Rise Hotels” — algo como “zona de hotéis altos”.
Ali, numa faixa de dois quilômetros e meio, alinham-se hotéis modernos, pé na areia, construídos ao gosto americano, como em Cancún. Só que, bem diferente de Cancún, você pode atravessar a rua atrás do hotel e sair andando para encontrar restaurantes, bares e lojinhas. Essa mini-Cancunzinha com footing, erguida em escala humana, é para mim o grande diferencial de Aruba com relação aos outros destinos caribenhos mais populares entre os brasileiros.  Isso é o que me faz recomendar Palm Beach como a opção número 1 de hospedagem em Aruba e a própria razão para escolher a ilha entre todas as outras.
Tecnicamente, a praia não é a melhor de Aruba. Longe disso: a faixa de areia é estreita e tem boa parte tomada por espreguiçadeiras. O mar, apesar de ter um lindo tom azul-bebê, não é muito cristalino, devido à areia finíssima em suspensão. Mas a praia tem seus méritos: um calçadãozinho simpático serpenteia entre os hotéis (você pode usar os bares dos outros hotéis como visitante). O mar é calmíssimo, sem perigo para crianças. De quando em quando você depara com um quiosque/restaurante independente (como o Moomba Beach). O píer da De Palm Tours, que tem um bar na ponta (o Bugaloe), é um charme. E o fim de tarde na praia é perfeito: muitos hotéis montam mesas na areia para jantares românticos ao pôr do sol.
O esquema para curtir Palm Beach é combinar dias de preguiça com dias de passeio, voltando para curtir o entardecer e a noitada por lá, sem se incomodar com transporte e estacionamento à noite. O café da manhã normalmente não está incluído na diária e custa entre 17 e 20 dólares. É caro, mas se você aproveitar os bons buffets e comer só um lanchinho na hora do almoço, vale a pena. Senão, procure na rua de trás um lugar para tomar café (dá para tomar por menos de 10 dólares) ou faça compras no supermercado, aproveitando o frigobar e a cafeteira do quarto.

View Aruba: onde ficar in a larger map
–> DIVI PHOENIX
Divi PhoenixDivi Phoenix
[Divi Phoenix]
O primeiro hotel da orla, para quem vem de Oranjestad, é o Divi Phoenix. Pontos altos: todos os apartamentos têm cozinha; o trecho de praia é o mais cristalino de Palm Beach — e também o mais sossegado, porque está no canto da praia, não é passagem para nada. O bar/restaurante de praia, o Pure Beach, é charmoso, com ares de South Beach. Não tem cassino. Procure ficar nos apartamentos da torre, que são mais novos. A desvantagem do Divi Phoenix é que está fora da área dos restaurantes e lojinhas; se você não quiser caminhar dez minutos, vai ter que ir de carro. Se você estiver de carro alugado e o preço estiver interessante, vai firme (eu fiquei e recomendo). Pesquise tarifas, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> WESTIN
WestinWestin
[Westin]
WestinWestin
[Westin]
Já mais próximo do agito, mas ainda não no fervo, fica o Westin, um dos preferidos dos brasileiros. É um hotel enxuto, com uma boa piscina mas sem maiores tiques de resort, e por isso costuma oferecer um bom custo x benefício. O trecho da praia é relativamente sossegado, por não estar no meião. É preciso caminhar mais de cinco minutos até chegar às quadras dos restaurantes. Já fiquei e gostei. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> THE MILLS
Na quadra de trás do Westin fica o hotel boi-de-piranha dos pacotes (usado como chamariz de preço baixo), o The Mills. O preço fica ainda mais apetitoso quando você vê que todos os apartamentos têm cozinha equipada. Mas não espere luxos, e conte em caminhar pouco mais de cinco minutos até o início da zona da muvuca noturna. Tem uma estaçãozinha na praia que aluga espreguiçadeiras. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> RIU PALACE
Riu Palace
[Riu]
De volta à areia, o vizinho de muro do Westin é o Riu Palace Aruba, um all-inclusive. A rede tem seus fãs, mas eu não curto não: acho os hotéis rebuscados, exagerados. E se eu já não recomendo all-inclusive em Aruba, em Palm Beach acho que não faz o menor sentido: a razão de estar ali é poder aproveitar a muvuquinha; se é para fazer todas as refeições dentro do hotel, faz mais sentido ficar em Eagle, que é uma praia melhor e não oferece a tentação do consumo do lado de fora.
–> RADISSON
Radisson
[Radisson]
O hotel seguinte é o Radisson. Ainda não me hospedei nele, mas é possivelmente o hotel com a melhor relação estrutura x localização. Tem três grandes piscinas e um cassino de bom porte. O píer da De Palm Tours, de onde saem os passeios para a De Palm Island e onde fica o charmoso bar Bugaloe, está à esquerda do hotel. E você estará no comecinho do footing noturno: você atravessa a rua de trás e já está no shoppingzinho The Village (onde pontifica o Señor Frog’s, mas também se encontra o bom restaurante arubiano Soenchi’s). Na esquina estão o italiano Gianni’s e a steakhouse Daniel, e dobrando a rua você encontra a disco Confession, o Hard Rock Café e o shopping de bares South Beach Center (onde eu gosto do Café Rembrandt). Na outra calçada dessa rua lateral você chega a outros restaurantes, que detalho daqui a dois parágrafos, quando falar do Brickell Bay. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> OCCIDENTAL GRAND
O vizinho de direita do Radisson é outro all-inclusive, o Occidental Grand. Acho um hotel mais simpático que o Riu, mas continuo não achando que all-inclusive valha a pena na ilha — sobretudo em Palm Beach.
–> BRICKELL BAY
Brickell BayBrickell Bay
[Brickell Bay]
Na quadra de trás do Occidental está aquele que eu acho a melhor alternativa econômica de Palm Beach, o Brickell Bay. É um três estrelas, sem estrutura nenhuma, piscina minúscula e funcionários não muito bem humorados — mas o quarto é gostoso, o preço costuma ser bom e a localização é perfeita. Há uma saída para a praia em frente; indo reto, você chega até o quiosque conveniado onde pode alugar sua espreguiçadeira. Na própria quadra do hotel, no shoppingzinho Arawak, você encontra o Salt & Pepper, onde dá pra tomar café da manhã a menos de 10 dólares. O hotel também é vizinho do notório Hooters. Há outros restaurantes na quadra, como a pizzaria (em conta!) Tomato Charlie’s e o piano bar The Sopranos. Pegando a rua lateral (a mesma do Hard Rock Café e do South Beach Center, descritos no parágrafo do Radisson) você chega à churrascaria-rodízio Amazônia e ao bom restaurante de peixes Aqua Grill. No fim da quadra estará o McDonald’s; e se você atravessar a estrada, vai achar um dos segredos desta região, o tailandês BBB Sawasdee. Já fiquei e achei um bom negócio. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> HYATT
Hyatt
[Hyatt]
Voltando à beira-mar: passando o Occidental está o Hyatt, o mais sofisticado da ilha. Os apartamentos são elegantes, os jardins, belíssimos — e a estrutura para crianças interessante, com tobogã na piscina. A quadra de trás, porém, é ocupada pelo estacionamento. Caminhando para um lado você chega aos restaurantes descritos nos parágrafos do Brickell Bay e do Radisson; para o outro, chega ao simpático Smoky Joe’s Island Grill, cenografado para não esquecer que está no Caribe, e à churrascaria-rodízio Texas de Brazil. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> COSTA LINDA
Ao lado do Hyatt fica o Costa Linda, que funciona sobretudo como time-sharing. Para os não-hóspedes, o interessante são as lojinhas e restaurantinhos que dão para a rua de trás.
–> HOLIDAY INN
Holiday Inn
[Holiday Inn]
O próximo hotel é controverso: o Holiday Inn. O preço costuma ser o menor entre os pé-na-areia, e a localização é ótima: fica em frente ao shopping mais gostoso de Palm Beach, o Paseo Herencia (onde tem Friday’s, japonês, Starbucks, Häagen Dazs e o casa de espetáculo Zissles, que apresenta um cover de Cirque du Soleil). Na praia, ao seu lado direito, na divisa com o complexo Marriott, você encontra um restaurante praiano legalzinho, o Moomba Beach. O problema do Holiday Inn é que o hotel estava muito detonado; uma renovação milionária está em curso, mas ao que parece só uma ala está pronta. Então tome cuidado com os apartamentos mais baratinhos. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
–> MARRIOTT
Marriott ArubaMarriott
[Marriott Stellaris]
MarriottMarriott
[Marriott Stellaris]
Por enquanto, a orla de Palm Beach termina no complexo Marriott (estão construindo um Ritz-Carlton no terreno seguinte). São três hotéis: dois com características mais funcionais, com cozinha equipada, próprios para time-sharing — o Marriott Surf Club (apartamentos mais familiares, com lavanderia) e o Marriott Ocean Club (apartamentos mais sofisticados) — e o 5 estrelas Marriott & Stellaris Casino. A localização na praia é interessante, porque está no canto direito, com pouca passagem. Mas em termos do movimento da rua de trás, está mal posicionado: é preciso caminhar de 5 a 10 minutos (ou pegar o bondinho) para ir à muvuca. De todo modo, o hotel é auto-suficiente: nos dias em que der preguiça, dá para escolher entre buffets e restaurantes dos três hotéis. A área de praia é a mais charmosa entre os hotéis de Palm Beach; vale a pena reservar um jantar pé-na-areia ao pôr do sol. Os quartos do Marriott & Stellaris Casino são bastante luxuosos; já fiquei e gostei muito. O shopping mais próximo é o Palm Beach Plaza, onde há uma piscina de ondas, lojas de grife e cinemas (além do ótimo bistrô Taste of Belgium); mas o vizinho Paseo Herencia é mais astralzinho. Pesquise preços, veja opiniões e reserve aqui.
EAGLE BEACH
Eagle Beach
[Lá longe, Palm Beach]
A apenas 3 km do centrinho da capital Oranjestad, Eagle foi a primeira região de Aruba a ser desenvolvida para o turismo. Os hotéis não têm aquela aparência urbana de Palm Beach; são mais praianos, com poucos andares, construídos mais para o gosto europeu. Nas placas da estrada você pode encontrar a indicação “Low-Rise Hotels” (área de hotéis baixos).
Os três quilômetros da orla têm areia mais branca, mar mais cristalino e densidade demográfica bem menor do que Palm Beach. A bem da verdade, o nome da praia muda conforme o trecho; o mais próximo ao centro é Druif, daí numa curva se torna Manchebo, e só perto da metade passa a atender propriamente por Eagle.
O primeiro quilômetro e meio tem hotéis que dão diretamente na areia; a segunda metade tem faixa de areia mais larga, calçadão, avenida beira-mar e um ou outro quiosque. Mas não pense numa beira-mar com lojas e restaurantes; não é o caso. O comércio é bem reduzido na região, provavelmente pelo fato da maioria dos hotéis funcionar no sistema all-inclusive. Os restaurantes funcionam dentro dos hotéis (alguns são abertos ao público); há um grande cassino, o Alhambra, e um shopping recém-inaugurado (fiquei sabendo no Guia de Aruba da Bel Koch-Allaman).
Vale a pena se hospedar em Eagle? Para um europeu que quer absorver energia solar por quinze dias torrando na praia, o lugar é perfeito. Mas pelo que eu aprendi nas caixas de comentários dos destinos do Caribe no site, o brasileiro busca um movimentozinho à noite — e, no departamento all-inclusive, prefere resorts mais estruturados e animados do que os de Eagle. Mas se o que você está a fim é de praia boa e descanso, e quer fugir dos modelos de Cancún ou Punta Cana, então Eagle Beach pode ser o seu número.

View Aruba: onde ficar in a larger map
–> TRECHO PÉ-NA-AREIA
Tamarijn
[Tamarijn]
O primeiro trecho da orla (o mais próximo ao centro) é ocupado pelo complexo Divi, com os hotéis Tamarijn ArubaDivi Aruba, Divi Village Golf e Divi Dutch Village. Juntos, formam o grande resort da ilha, com campo de golf, recreação e entretenimento noturno. Tamarijn e Divi Aruba são all-inclusive ficam à beira-mar e têm nove restaurantes somados (os hóspedes podem freqüentar os restaurantes do vizinho). Divi Village Golf, com apartamentos mais luxuosos entre a praia e o campo de golf,  e Divi Dutch Village, com apartamentos mais simples nos fundos da propriedade, funcionam tanto sem refeições (você compra vouchers para usar em em alguns restaurantes do complexo) ou por all-inclusive (comprado ao fazer check-in, e também com oferta limitada de restaurantes no complexo). Fica no Divi Village Golf tem o prestigiado restaurante Windows on Aruba, aberto ao público (e onde hóspedes dos outros hotéis pagam extra).
O primeiro hotel passando o complexo Divi é o Casa del Mar. É o menos discreto dos hotéis da área, com quatro andares fincados na praia. Todos os apartamentos são suítes. A decoração parece meio antiquada. Não é all-inclusive.
Bem na ponta que divide duas enseadas está o primeiro hotel a ser construído na região de Eagle, o Manchebo Beach Resort. O prédio é baixinho e discreto; há lindas cabanas junto à praia que são usadas pelo spa. Os jardins também são muito bonitos. Funciona no sistema all-inclusive, com três restaurantes (há uma modalidade premium com refeições à la carte e drinks melhores). Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
Ao lado está um time-sharing das antigas, o Aruba Beach Club.
O próximo hotel é talvez o mais romântico da ilha: o Bucuti, o mais indicado para lua de mel. O hotel tem quartos elegantes e não hospeda crianças. O café da manhã está incluído nas diárias, mas as outras refeições são cobradas. O hotel recomenda o programa Dine Around, oferecido pela associação de resturantes da ilha, com menus de três pratos a 38 dólares. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
Encerrando o trecho de hotéis pé-na-areia, um outro time-sharing: o Costa Linda.
–> TRECHO COM AVENIDA
Eagle Beach
[Divisa dos trechos com e sem avenida]
Finalmente, na praiona de Eagle, a apenas uma avenida da areia, existem dois hotéis.
Um é o baratíssimo MVC Eagle, um hotel simples mas que é a maior pechincha da ilha. De carro, a muvuca de Palm Beach estará a cinco minutinhos. (Daria até para ir a pé, mas vinte minutos no escuro pela estrada não é um programa agradável.) Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
O outro é o Amsterdam Manor, construído em estilo colonial holandês, que normalmente oferece um bom custo x benefício para quem busca um pouquinho de charme. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.
ORANJESTAD

View Aruba: onde ficar in a larger map
O centrinho da capital é menos agitado que Palm Beach, mas tem o seu movimento. Os dois pólos principais são o hotel Renaissance, que tem um supercassino e um shopping de grifes, o Renaissance Mall; e a marina onde aportam os cruzeiros, que tem restaurantes, bares e um shopping (com cinemas). O ambiente varia conforme a permanência dos navios; se há um cruzeiro aportado, a região da marina fica mais viva. Para compras não-grifadas, tente a Main Street durante o dia. À noite aproveite os restaurantinhos charmosos: o Que Pasa, o Cuba’s Cooking (com música ao vivo), a paelleria  Casa Tua Barcelona e o português Gostoso.
RenaissanceRenaissance
[Renaissance Marina]
Renaissance MarinaRenaissanceRenaissance
[A lancha do Renaissance]
Renaissance Island
[Renaissance Island, exclusiva dos hóspedes do Renaissance]
Os dois grandes hotéis do centro são braços do Renaissance. O Renaissance Marina Hotel está no prédio do shopping e do cassino e só recebe adultos. O Renaissance Ocean Suites é voltado para famílias e fica numa peninsulazinha. O tchan de ambos é o acesso à Renaissance Island, uma ilhota particular, com praias melhoradas pela mão do homem, que tem ambientes separados para adultos (topless permitido) e famílias. Lanchas fazem o trajeto Renaissance Marina – Renaissance Ocean Club – ilha, ida e volta, de 20 em 20 minutos. A lancha entra dentro do Renaissance Marina — é um acontecimento. Pesquise preços, veja opiniões de hóspedes e reserve aqui.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Vai por mim: San Francisco a Los Angeles de carro



Highway 1, entre San Francisco e Monterey

Pecorrer a costa da Califórnia entre San Francisco e Los Angeles pela lendária costeira Highway 1 está na lista de viagens de sonho de muita gente. Acabei de fazer esse trajeto e trago impressões fresquinhas e dicas testadas na prática.

Quantos dias?
Não é dividindo os 730 quilômetros entre San Francisco e Los Angeles por nenhuma velocidade média que você descobre quantas horas são necessárias para cumprir o percurso. Trata-se de uma viagem para fazer sem afundar o pé no acelerador – e parando a cada mirante que se oferecer pelo caminho. Para esquadrinhar trecho por trecho da costeira, você vai precisar de três dias inteiros, pernoitando primeiro em Monterey ou Carmel e depois em San Luis Obispo ou Santa Bárbara antes de chegar a Los Angeles. Tendo apenas dois dias disponíveis, dá para fazer o filé; programe o pernoite em Monterey ou Carmel. Se dispuser de mais dias, demore-se em Big Sur (para fazer trilhas nos parques) ou em Santa Bárbara (para esgotar as vinícolas do Vale Santa Inês ou pegar praia).

Qual é o filé?
O eixo Monterey-Carmel-Big Sur, de apenas 70 quilômetros, detém a maior concentração de “uau” por quilômetro rodado. Neste trecho você vai encontrar o fabuloso Aquário de Monterey, a ultracenografada 17-Mile Drive, o charmosinho vilarejo de Carmel e a vertiginosa costeira até a entrada da reserva de Big Sur. Caso não se interesse por Los Angeles, você pode pernoitar e retornar dali mesmo (de Carmel a San Francisco são menos de 200 quilômetros pela auto-estrada 101, que vai pelo interior).
Negocie com o GPS
Se você quer aproveitar bem sua viagem, dirigir nos Estados Unidos sem GPS é impossível. Leve o seu do Brasil, compre um ao chegar ou certifique-se de que a sua locadora tem um aparelho para alugar. Nesta rota, porém, não basta ter um GPS: é preciso fazer com que o danado obedeça às suas ordens. Aprenda a programar os trechos que você quer fazer pela Highway 1, que é uma estrada secundária.
San Francisco: sem carro
Se você ficar uns dias antes em San Francisco (o mínimo ideal são quatro dias), não é preciso estar de carro desde o início. Assim como Nova York, San Francisco é uma cidade para ser explorada a pé e de transporte público (e quando precisar, o táxi não é caro). Deixe para pegar o carro no último dia – e aproveite para dar um rolê no Vale de Napa. Os vilarejos vizinhos de St. Helena e Yountville, que concentram as vinícolas e restaurantes, estão a uma hora e meia da Union Square.

De San Francisco a Monterey (200 km)
O dia em que parti amanheceu muito feio, então não fiz questão de ir pela costeira desde o início. Saí de San Francisco pela auto-estrada 101 e peguei a Highway 1 em Half Moon Bay, 50 quilômetros adiante. Os 80 quilômetros seguintes, até pouco antes de Santa Cruz, ostentam uma costa ainda selvagem, quase toda protegida por parques estaduais. Há falésias e dunas banhadas por um mar azul e bravo. Já os 70 quilômetros entre Santa Cruz e Monterey são pouco interessantes: muito já foi urbanizado, e a estrada corre por longos trechos sem vista para o mar. Em Monterey, dirija-se à Cannery Row, antiga região de fábricas de sardinha que foi transformada num cais turístico. No fim da rua fica uma das maiores atrações da Califórnia: o Monterey by Aquarium, que tem uma coleção sensacional de invertebrados marinhos – esponjas, anêmonas e outros exóticos habitantes dos corais, iluminados com maestria. As lontras também têm muitos fãs. Ponha o carro num estacionamento coberto (e não deixe nenhum sinal aparente de que está carregando bagagem).

De Monterey a Carmel (15 km)
Você nunca levou tanto tempo para cobrir tão pouco chão (engarrafamentos na Marginal em frente ao Robocop não contam). A 17-Mile Drive é uma estrada particular que vai do bairro Pacific Grove, em Monterey, até a entrada de Carmel. Apesar do nome, a estrada tem menos de 10 milhas. Cada carro paga 9 dólares para entrar e ganha um mapinha para zanzar pelo condomínio de  Pebble Beach— onde você pode pensar que as pedras fincadas no mar são obra dos mesmos arquitetos e paisagistas que criaram as mansões e os campos de golfe do caminho. Passando o portão de saída você estará em Carmel, uma cidade-bibelô em que nada está fora do lugar. Os hotéis de Monterey são bem mais em conta (e pela auto-estrada, ficam a meros 10 minutos), mas se você puder cacifar uma noite em Carmel, fique. É um belo lugar para guardar o carro e caminhar pelo centrinho, bisbilhotando as lojas e galerias e escolhendo um restaurante para jantar.

De Carmel a Big Sur (50 km)
Se na 17-Mile Drive você testemunha o quanto o homem pode embelezar um ambiente natural, na Highway 1 entre Carmel e Big Sur você vai ver belezas naturais em estado bruto: a estrada se equilibra entre montanhas altíssimas e desfiladeiros à beira-mar. (OK: neste trecho também há duas pontes construídas pelo homem para que você possa apreciar toda essa natureza.) Pouco depois de 40 km, porém, a estrada envereda por dentro da mata. Por ali, procure a Pfeiffer Beach, uma das prainhas mais bonitas da Califórnia — fica no Pfeiffer Big Sur State Park, ao final da Sycamore Road. Outro programa nota 10 para culminar este passeio é marcar um almoço no Sierra Mar, restaurante do cultuado hotel Post Ranch Inn, dependurado na montanha à beira-mar (abre do meio-dia às 15h; reserve pelo opentable.com).